Você sabe o que fazer diante de uma crise convulsiva? Saiba como ajudar

Você sabe o que fazer diante de uma crise convulsiva? Saiba como ajudar

Por: Dra. Christiane Cobas Pedreira (CRM/SP71369) e Tassia C. Duarte, Acadêmica de Medicina (8° Semestre UNICID).

A crise convulsiva/convulsão ocorre devido a um aumento excessivo e desordenado da atividade elétrica das células cerebrais (neurônios), que se comunicam através de impulsos elétricos. Tal atividade alterada, é em muito dos casos, a responsável pelos abalos musculares observadas durante as crises, muitas vezes descrita por movimentos desordenados, repetitivos e rápidos de todo o corpo. Outros sintomas que podem ocorrer durante a convulsão: perda temporária de consciência, aumento da salivação, ranger de dentes, mordedura de língua, perda do controle urinário e defecação.

As crises convulsivas podem ocorrer sem associação com a epilepsia, podendo ser desencadeadas por: febre alta; diminuição do açúcar no sangue; desidratação; pancadas fortes na cabeça; perda excessiva de sangue; tumores; intoxicações por álcool, medicamentos ou drogas ilícitas, dentre outros. A epilepsia se caracteriza pela repetição de crises epiléticas, sem um fator desencadeante.

Ao se deparar com alguém tendo uma crise convulsiva é comum ocorrer espanto e, em função disto, haver receio ao fornecer ajuda. No entanto, para a vítima o auxílio é de extrema importância, visto que durante o processo convulsivo há o risco de lesões em decorrência da perda brusca do nível de consciência e queda desprotegida ao chão, gerando ferimentos e até mesmo fraturas.

A crise convulsiva não é uma condição contagiosa ou transmissível e, desse modo, não há qualquer risco para aquele que auxilia um indivíduo que está convulsionando.

O que fazer:

  • Mantenha-se calmo e, se possível, evite que a pessoa caia bruscamente ao chão;
  • Acomode o indivíduo em local sem objetos dos quais ele possa se debater e se machucar, afastando aqueles que estejam próximos, como mesas ou cadeiras;
  • Caso esteja de óculos, retire-os;
  • Utilize material macio para acomodar a cabeça do indivíduo e mantê-la em posição mais alta do que o corpo (por exemplo: travesseiro, almofada, casaco ou toalha dobrada);
  • Posicione o indivíduo de lado para evitar que possa se engasgar com saliva ou vômito;
  • Afrouxe um pouco roupas apertadas, principalmente em volta do pescoço, como camisas ou gravatas;
  • Permaneça ao lado da vítima até que ela recupere a consciência;
  • Ao término da crise, a pessoa pode relatar cansaço e/ou confusão mental, explique o que ocorreu e ofereça auxílio para chamar um familiar/ conhecido.

O que NÃO fazer:

  • Não impedir os movimentos da vítima;
  • Nunca se deve colocar objetos, a mão ou os dedos dentro da boca da vítima, pois as contrações musculares durante a crise convulsiva são fortes e inconscientes e pode ferir tanto a pessoa em convulsão (por exemplo: fraturas nos ossos faciais) quanto quem está tentando ajudar;
  • Não jogue água ou qualquer outra substância líquida no rosto da vítima.

Atenção: Normalmente a crise convulsiva tem duração de até 3 minutos, se ela ocorrer por um período superior a 5 minutos sem sinais de melhora, ou se repetir em um intervalo de cinco minutos sem que a pessoa recupere a consciência, deve-se encaminhar o indivíduo à um serviço de saúde mais próximo ou acionar o resgate (192) para que seja dado um tratamento adequado a fim de evitar danos neurológicos secundários.

Fontes:

  1. Mitos e Verdades de Epilepsia – Liga Brasileira de Epilepsia. Disponível em http://epilepsia.org.br/mitos-e-verdades-de-epilepsia/.
  2. O que é Epilepsia – Liga Brasileira de Epilepsia. Disponível em http://epilepsia.org.br/o-que-e-epilepsia/.
  3. Epilepsia: Causas, sintomas e primeiros socorros – Associação Brasileira de Epilepsia. Disponível em https://www.epilepsiabrasil.org.br/duvidas-frequentes/.