Criança tem dor de cabeça?

desenho de uma criança com dor de cabeça

Criança tem dor de cabeça?

A dor de cabeça em crianças costuma preocupar muito seus pais, que consideram esse um sintoma incomum para essa faixa etária.

Entretanto, as dores de cabeça são um dos sintomas mais comuns na infância e adolescência. Estima-se que 75% das crianças apresentam pelo menos um episódio de dor de cabeça de forte intensidade até os 15 anos de idade e ocupam o terceiro lugar entre as causas médicas de absenteísmo escolar entre as crianças.

As dores de cabeça são raras em menores de 4 anos de idade e sua prevalência aumenta na infância até atingir o pico por volta dos 13 anos de idade, tanto em meninos quanto em meninas. Os estudos que utilizaram a primeira classificação da Sociedade Internacional de Cefaleia (IHS, 1988) apontam para uma prevalência entre 3% e 11% na população pediátrica.

Entre as cefaleias crônicas na infância e adolescência, a enxaqueca é a mais frequente delas, seguida pela cefaleia tensional. A cefaleia em salvas é muito rara nessa faixa etária.

Um grupo de especialistas revisou os critérios diagnósticos para cefaleias na infância em 2013 (ICHD-3) e enfatizou as diferenças entre os sintomas nas crianças e nos adultos.

A dor na enxaqueca das crianças é geralmente bilateral, frontal ou temporal. A dor unilateral comumente referida pelos adultos, é relatada por apenas 1/3 das crianças. A duração da dor tende a ser mais curta (cerca de 30 min) e é muito comum a presença de sintomas associados como náusea, vômitos, tontura e muita sensibilidade ä luz e ao som.

Os principais desencadeantes das crises de enxaqueca na população pediátrica são alterações hormonais, estresse, privação de sono, jejum prolongado e exposição a alguns tipos de alimentos (frituras, salgadinhos, chocolate, entre outros).

A presença de história familiar de enxaqueca, principalmente nas crianças que começam a ter enxaqueca muito novas, aponta para uma participação genética importante no desenvolvimento da doença.

Alguns autores apontam para a presença de comorbidades psiquiátricas como ansiedade, depressão e distúrbios comportamentais em crianças, ressaltando a importância de identificá-los e tratá-los para melhorar a evolução clínica desses pacientes.

As dores de cabeça crônicas têm um grande impacto na qualidade de vida das crianças e devem ser reconhecidas precocemente, valorizadas e tratadas.

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