
15 maio A participação dos pais no processo psicoterapêutico infantil
A família parceira do psicólogo é uma das receitas de sucesso para terapia infantil
Estudos mostram a importância dos pais no processo psicoterapêutico infantil.
Na maioria das vezes é através deles que a criança chega ao consultório. São os pais que buscam por esse profissional por acreditarem que a algo que pode ser melhorado ou eles buscam ajuda profissional após indicação da escola.
Normalmente, nas primeiras sessões, o psicólogo tenta deixar claro a importância dessa parceria.
A princípio, notamos que os pais concordam com essa questão, mas, conforme o processo vai se desenvolvendo, poucos mantem essa relação próxima. Mas, por que é tão importante não deixar esse afastamento ocorrer?
A terapia infantil é um processo dinâmico que muda rapidamente seu curso. Crianças estão a todo tempo sofrendo estímulos que são resultados da sua relação com os ambientes que interagem.
Algumas crianças não percebem suas dificuldades nessas interações e, por isso, acabam não trazendo esses tópicos para a sua sessão de terapia. Dessa forma, se os pais não trazem relatos de situações que indicam uma inadequação da criança em determinadas situações, não há como o terapeuta saber.
São os pais que, na maioria das vezes, fornecem indicadores ao terapeuta que ele está no caminho certo em suas intervenções. Sem esses relatos o processo pode se tornar ineficiente e ou demorar muito para começar a apresentar resultados.
A participação dos pais pode ser de diversas formas, estabelecidas no início, elas podem e devem ser ajustadas durante todo o processo. Cada família, deve sinalizar ao terapeuta a melhor forma para si. Existem muitas possibilidades que vão sendo construídas conjuntamente pelo terapeuta, pelo paciente e pelos pais.
Às vezes, a criança pode levar para a família alguns relatos distorcidos de sua sessão de terapia. Nesses casos, essa parceria permite que toda e, qualquer dúvida, ou discordância seja discutida com o profissional, que tem a obrigação ética de acolher e esclarecer os questionamentos da família.
É importante que terapeuta e pais se sintam confortáveis nessa relação. Para que isso ocorra, todos devem ver essa relação como uma parceria, livre de julgamentos e ou críticas em relação as posturas ou formas de educar as crianças.
Não há nada pronto, tudo precisa ser discutido e analisado, o terapeuta precisa entender muito bem a dinâmica daquela família. Só assim conseguira ser assertivo e ajuda-los, buscando soluções para os problemas apresentados.
Em alguns momentos, as soluções apresentadas não se encaixam, perfeitamente, na rotina e crença da família, se a parceria com o terapeuta estiver concretizada, naturalmente, esses pais poderão comunicar o terapeuta que buscará outra solução mais adequada para eles.
Essas condutas sempre visam o bem-estar da criança alinhado com as expectativas da família.
Cada interação que o psicólogo faz com a família vai capacitando os responsáveis a serem co-terapeutas. Quanto mais engajados os pais, mais rapidamente perceberam os efeitos positivos do processo psicoterapêutico infantil.

Luiz Gustavo Garcia de Almeida
Psicólogo analista do comportamento, com atuação na clínica infantil, da adolescência e orientação e pais.
CRP 06/123636
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